Por José Barbosa Júnior.
Na Antiga Roma, os Imperadores providenciavam para a satisfação do povo romano que nunca faltasse pão e circo.
A antiga expressão latina, até hoje utilizada e musicada por Caetano e Gil, diz que se o povo tiver pão e circo (panis et circenses) tudo estará bem. Não importa se a vida política, religiosa e ética está capenga, claudicante... desde que haja um pouco de alimento e riso, tudo estará bem.
Nos nossos dias, vendo a igreja evangélica atravessando mares já antes navegados (pois nenhuma heresia é nova) e que causaram naufrágios terríveis, essa expressão me veio à mente, e decidi acrescentar um outro aspecto: culto (cultus).
Quero interpretar como cultus tudo aquilo que é extático, tudo que se refere ao sentimento, ou melhor, à enfase dada aos sentimentos.
Vivemos a era dos mega-eventos, shows, cultos lotados de pessoas vazias, não vazias de fé – é bom deixar isso bem claro – mas vazias de conteúdo, o que me faz lembrar do texto sagrado onde Paulo afirma: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” .
Note bem: não estou querendo julgar a intenção. Essas pessoas tem zelo, são sinceras, fiéis, crentes mesmo, salvas, mas sem entendimento. Vão atrás das emoções, sentimentos. É bom deixar bem claro também que não sou contra as atitudes emotivas, as experiências extáticas, gosto de um louvor alegre, de erguer minhas mãos em adoração, fechar os olhos, adorar em espírito e em verdade, mas não posso fazer de minha experiência a regra, pois o problema maior está aí: a experiência como regra.
Muita gente acha que o que vale é o que você está sentindo. Conheço um rapaz, ex-membro de uma Igreja Batista, que inclusive pregava na ausência do pastor, etc. que agora é Mórmon, e você quer saber por quê? Simplesmente porque ele sentiu (pois é assim que os mórmons explicam suas experiências) algo novo, diferente.
Esse rapaz se deixava levar pelo sentimento e não pela Palavra, que é base sólida para qualquer que nela busque a verdade.“Enganoso é o coração...” e “Santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a Verdade”.
Há apenas duas opções:- Coração, sentimento, experiência ou;- Palavra, verdade, solidez.
Muita gente tem escolhido a primeira. O que importa hoje não é a verdade escrita, é a verdade sentida. Criaram até uma história de palavra logos e palavra rhema, o que é inexistente numa exegese simples do texto grego.
A argumentação da igreja hoje é fraca. Baseia-se no que se sente e quando o argumento é baseado no que se sente, se o oponente tiver a mesma argumentação, então estamos “fritos”. Recentemente passei por uma experiência interessante ao estar evangelizando com um grupo da Igreja Metodista do Jardim Botânico, na Avenida Atlântica (Copacabana - Rio de Janeiro), point de prostitutas, travestis, etc. Numa madrugada encontramos um rapaz que contou sua experiência: largou as drogas e a vida pesada que levava após entrar para o espiritismo.
Se nossa argumentação estivesse baseada em sentimentos, o que diríamos: Amém?
Ontem mesmo recebi um e-mail de um irmão que fazia críticas a um texto meu, e sua argumentação era que determinada igreja da qual ele faz parte e que tem o ministério “levítico”, tinha reunido recentemente 210 mil pessoas num estádio.
Respondi-lhe tacitamente que o Padre Marcelo reuniu 650 mil pessoas no Aterro do Flamengo, que o Círio de Nazaré (maior procissão católica do mundo) realizado em Belém do Pará, reuniu 2.000.000 (isso mesmo: dois milhões!) de fiéis diante de uma imagem.
Minha pergunta: Esse fato legitimiza a idolatria? Lógico que não! Uma regra básica de argumentação é que o mesmo tipo de argumento aniquila o outro, logo se o número de pessoas que a igreja do amado irmão reuniu foi de 210 mil, e ele se utilizou desse argumento para defender seu ponto de vista, logo, o maior número de pessoas nos eventos católicos daria a estes a supremacia do argumento. Cuidado então com os argumentos.
Nossa pregação e nossa vida devem estar pautadas na Palavra, ela é inerrante. Se os meus sentimentos me dizem algo e a Palavra diz outra coisa, fico com a Palavra.
Comentario meu:
Anestesiados, os crentes sem conhecimento, não se apercebem que vão tendo mais circo e cada vez menos pão.
Muito séria e oprtuna esta palavra.
ResponderExcluirGlória a Deus pela sua vida.
Edinei, Paz de Cristo. O povo esta comendo um pão fajuto e muito ruim, que ate contem veneno e podera levar muitos ao inferno. Cabe a todos com entendimento e conhecimento das Escrituras e do poder de Deus gritar contra essas heresias no seio da igreja. Precisamos comer do Verdadeiro Pão do ceu.
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