Por Daniel Grubba
"E Salomão lhe edificou casa; Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?" Atos 7.47-50
Ainda pensando na velha noção, alguns voltaram-se para Jesus e disseram: "Olha mestre, que lugar maravilhoso construimos para Deus". Então, ele olhava tudo aquilo, a construção belíssima, e dizia: Não ficará pedra sobre pedra. (Lc. 21 : 6) Pois, em três dias eu reconstruirei um novo templo, não feito por mãos de homens. (Marcos 14 : 58).
E João em seu evangelho, posteriormente, interpretou a fala de Jesus explicando para nós que Ele se referia ao "templo do seu corpo". Ou seja, o local da adoração em espírito e em verdade não é um espaço construído por mãos de homens, mas seu eterno corpo.
Não é Jerusalém ou Gerizim. Nem ainda Templo Maior ou casinha de sapê. Jesus afirmou: Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo." (Mateus 12 : 6) Por isso podemos dizer com convicção: onde dois ou mais estiveram reunidos em nome de Jesus, ali ele estará, e não importa o lugar. (Mt 18 : 20).
Posto isto, devemos dizer que Ele não é um deus limitado geograficamente e sua esfera de atuação transcende todas as nossas minúsculas concepções. Não é panteísmo (Deus em tudo e em todos). Trata-se antes da máxima de Jesus - tanto faz adorar a Deus em Jerusalém (local considerado o mais santo da terra) quanto em Gerizim (território considerado imundo pelos judeus de sua época) . Porque adora-se em espírito e em verdade (Jo 4 : 23)
Aliás, o Templo de Jerusalém foi destruído em 70 d.C. E os judeus continuaram a invocar a Javé, pois pouco tempo antes da destruição alguns judeus piedosos foram para Jamnia, liderados por Yachanan Ben Zakai, estudar a Torah e os profetas, centralizando a fé em torno das Escrituras, se desvinculando aos poucos da vida templária.Em virtude deste ato inovador, a cultura judaica perpetuou-se na história. E os cristãos de semelhante modo, continuaram a invocar seu Deus, pois estavam centralizados em Cristo - Pedra Viva (I Pe 2 : 4), e nada mais.
Em unidade e comunhão, adoravam o Pai, mediante o templo do corpo de Jesus. Os cristãos se tornaram, por assim dizer, em casa espiritual e sacerdócio santo (I Pe 2 : 5). Nós, imundos em virtude de nossa natureza caída, nos tornamos pela infinita misericórdia, em "morada do Espírito" (I Co 6 : 19). E aquele que podia escolher habitar em palácios indizíveis, escolheu morar em nós.
Portanto, não espere o "santo domingo" para adorar. Você é a Casa do Senhor. Faça como Jesus ensinou e deixe que a adoração pública de domingo seja extensão de uma vida íntima com o Pai. "Entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará"- (Mt. 6 : 6)
***Postado por Daniel Grubba, editor do Soli Deo Gloria e colaborador do Púlpito Cristão
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