domingo, 24 de janeiro de 2010

PEDANTISMO TEOLÓGICO.



Os "ismos" invadiram nossa vida.Como já citei num de meus posts, A REDUNDÂNCIA É UMA CRISE DE CONTEÚDO...Os adventos tecnológicos tem promovido uma comunicação que privilegia a "linguagem" em detrimento da "mensagem".

São tantos acessórios , que sobram recursos...mas falta inspiração.

É muita coisa para ler, mas pouca coisa que mereça consideração...é quase tudo "redundante".

Inclusive o indisfarçável "modismo de criticar modismo".

Como não estou imune à comunicação viral, me ocorreu reportar mais um modismo:O PEDANTISMO TEOLÓGICO.

O Contexto virtual favorece os impostores, presumidos , paroleiros, os pseudo-apologétas, e os belicosos religiosos.

Pedante... não é apenas o tipo "sabe-tudo" que acha que todo mundo é obrigado a engoli-lo com casca e tudo.
Pedante... não é apenas o tipo "esquece-o-que-você-sabe-e-faz-o-que-eu-te-mando".

Pedante...é também um estúpido adulterado pelo estudo.

Pedante...é um doutor em futilidades, que de tão cheio de si, esnoba a inteligência de seu leitores com artigos do tipo: Bomba! Precisei de ir ao banheiro!
Pedante... é o que presume nada ter a aprender, só a ensinar. Não se ocupa mais de ler, só escrever e pregar.

O pedante não admite ser questionado, é uma ofensa para ele qualquer insinuação de que outros também pensam.

O pedante faz de seu espaço um campeonato de bajulação. Não é encontro de pensadores, mas antes, de consumidores de suas ideias.

O pedante exibe seu conhecimento, mas falha em transmiti-lo pois não emprega no texto o interesse de agregar valor ao que toma tempo com seu discurso. Portanto o pedante advoga idéias sem edificar pessoas, satura a mente e esfria o coração, diz o nome da doença mas não o do remédio.

Os pernósticos sempre invocam Paulo para endossar sua matéria, mas isolam-se de Paulo nas suas pavonices.

Sob o pretexto do zelo, provocam "indigestão mental" ...Minha maior conquista pessoal foi a graça de viver despretensiosamente, mas sustentando minhas convicções.

Aprendi distinguir diferenças das divergências.

Não acredito em unanimidade...desconfio das maiorias...e detesto quando a hipocrisia recebe o nome de convencional.

Cuido para não cruzar a fronteira que separa a influência da manipulação.

Não vivo como quem se obriga a "fazer mais"(como se acumular funções fosse atestado de competência), mas pauto-me no compromisso de "fazer melhor", por mais modesta que seja a tarefa que se confiou às minhas mãos.

E não faço a menor questão de defender argumentos em detrimento dos relacionamentos.

Este meu parecer sobre o pedantismo, se emprega a ressaltar um princípio Bíblico já aludido neste blog:"A SABEDORIA É MAIOR QUE O CONHECIMENTO."É sob esta luz que se descobre o pedantismo teológico.

Porque a ciência incha, mas o amor edifica.

Sábio é o que faz, não o que diz.

O exemplo vale mais que o argumento.

O pedante é sempre dicotómico: o que corrigi com palavras, incentiva com as atitudes.

O erudito é indigno do conhecimento que sua vida não traduz.



“Proclamai a nosso povo, sobre um passante: ‘Oh, que homem sábio!’

E sobre um outro: ‘Oh,que homem bom!’ Eles não deixarão de voltar os olhos e o respeito para o primeiro.

Seria preciso um terceiro pregoeiro: ‘Oh, que cabeças estúpidas!

’Facilmente perguntamos: ‘Ele sabe grego ou latim? Escreve em verso ou prosa?’ Mas se ele se tornou melhor ou mais ponderado, isso era o principal e é o que fica por último.

Seria preciso perguntar quem sabe melhor,e não quem sabe mais” (MONTAIGNE, p. 203).

"Aos que porventura dispensarem a este post uma fração do seu precioso tempo, sou-lhes grata, não espero seu consentimento, já me elogia a sua atenção.

Aos leitores mais perspicazes não se furtará meu subjetivismo (ninguém escapa do ismo), mas assim são os blogs...sempre traduzirão mais o sujeito do que o objeto.


Laudicéia Mendes

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