sexta-feira, 27 de março de 2009

A Hermenêutica no evangelho

“Vós tendes a unção que vem do Santo, e não precisam de que ninguém ensine a vocês!”

LEITURA DO NOVO TESTAMENTO: cada pessoa no Caminho deve fazer a leitura do N.T. conforme a seqüência que se segue, sem leitura orientada, a fim de que cada um, de si mesmo, verifique o significado do Evangelho sem as leituras pré-condicionantes aprendidas na religião.

Os livros do Novo Testamento foram escritos na seguinte ordem:
1ª. e 2ª. Tessalonicenses; Gálatas, Efésios, 1ª. e 2ª. Coríntios,
e Romanos; Colossenses, Filemom; Filipenses, 1ª. e 2ª. Timóteo e Tito; 1ª. Pedro; Marcos; Mateus; Hebreus; Lucas; Atos; Tiago, Judas, 1ª. 2ª. e 3ª. João; o evangelho de João, 2ª. Pedro; e Apocalipse.

CHAVE HERMENÊUTICA: OLHE PARA JESUS E VOCÊ ENTENDERÁ A PALAVRA.
"O Verbo se fez carne...", sendo assim, a Encarnação torna-se nossa única e possível chave hermenêutica para entender a Palavra, a mim mesmo, o próximo e a realidade atual.

1. Deve-se ler existêncialmente a Bíblia como tendo seu espirito realizada em Cristo. Ele veio para cumprir tudo. Cumpriu?
Sim! Está consumado! Mas cumpriu de uma maneira legal-aos-sentidos? Não! Prova disso que o cumprimento da Palavra em Jesus era justamente aquilo que os mestres da Lei em Seus dias chamavam de transgressão. Assim, há um espírito até na Lei. Jesus cumpriu esse espírito, não suas materializações!

2. Deve-se ler as "falas" de Jesus e não somente fazer (quando se faz) exegese do texto. Antes disso, deve-se perguntar: qual o significado desse ensino de Jesus para Jesus?

E a resposta é uma só: veja como Ele lidou com a vida, com as pessoas, com os fatos! Conferindo uma coisa com a outra fica-se livre da construção de dois seres irreconciliáveis:
o Jesus que viveu cheio de amor e graça, e o Jesus que ensinou coisas que só os interpretes autorizados conseguem "captar".

3. Desse modo, então, não se faz jamais uma interpretação textual que não coincida com o comportamento e com a atitude de Jesus na questão, conforme o Evangelho. Eu confiro tudo com o espírito de Jesus, conforme o Evangelho.

4. Só assim Jesus não fica esquizofrênico ante os nossos sentidos: o que Ele disse, Ele viveu; e o que Ele viveu, é o que Ele disse."Assim, Jesus é a chave hermenêutica para se discernir a Palavra, mas mesmo assim, eu só a conhecerei como Verdade, se eu mesmo a provar na minha carne; e isto é o que acontece quando a gente anda no Caminho; e assim é mesmo quando a gente tropeça."

Caio Fabio.

domingo, 22 de março de 2009

BOA INTENÇÃO VALE?

Mt 21:28 Jesus continuou:
– E o que é que vocês acham disto? Certo homem tinha dois filhos. Ele foi falar com o mais velho e disse: “Filho, hoje você vai trabalhar na minha plantação de uvas.”

29– Ele respondeu: “Eu não quero ir.” Mas depois mudou de idéia e foi.
30– O pai foi e deu ao outro filho a mesma ordem. E este disse: “Sim, senhor.” Mas depois não foi.

31– Qual deles fez o que o pai queria? – perguntou Jesus.
E eles responderam: – O filho mais velho.
Então Jesus disse a eles:
– Eu afirmo a vocês que isto é verdade: os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus antes de vocês.

32 Pois João Batista veio para mostrar a vocês o caminho certo, e vocês não creram nele; mas os cobradores de impostos e as prostitutas creram. Porém, mesmo tendo visto isso, vocês não se arrependeram e não creram nele.

Se boa intenção valesse, os batedores de penalti, nos jogos de futebol não precisariam cobrar a penalidade. O juiz do jogo ja validaria o gol direto, pois não creio que haja qualquer jogador que não tenha a intenção de marcar o gol.

Sacrificios? Agradam a Deus?

Hebreus 9:9 É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto,

10 os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma.

13 Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne,
14muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!

24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;

25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.
26Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.

27E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, 28assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.

Aqui nos vemos o que é realmente sacrifício. (evento único, que não pode ser repetido).
E uma pena que no evangeliquez moderno, jejum, oração, campanhas disso e daquilo viram forma de sacrifício explicito, com torções violentas da palavra de Deus.

Referencias explicitas de que Deus não se agrada de Sacrificios.
Salmos 40, 50 e 51.

Sacrificios que agradam a Deus, Hebreus 13:5-6.

O amor, a fé e a esperança desapareceram de muitos devido a imensas decepções incentivadas por lideres sem nenhum escrúpulo e que prestarão contas com Deus.

Culto disso, daquilo, daquilo outro. Eu creio pela Palavra que culto é para Deus. Constituído de hinos, cânticos espirituais, Palavra, profecia (edificação da igreja), oração e fé e principalmente a presença de Jesus, não apenas no local de culto, mas constante dentro de nos.

Esses selos ou carimbos podem impressionar alguns, mas na pratica nada do que é anunciado se realiza.

Culto de cura e libertação: Ninguém é liberto, nem curado.
Culto de doutrina e nenhuma doutrina é ensinada.
Ensina-se que sacrificio (jejum, oração, campanhas, etc) agrada a Deus e que se obtera vitoria devido a fazer uma quantidade destes.

Tem pastor que não sabe (e tem raiva de quem sabe) o que é hermenêutica e muito menos exegese.

Quando usa a Palavra, a torce segundo preconceitos de costumes antigos já enraizados em sua mente (cauterizada), e fala somente em costumes e tradições e não em verdade bíblica, anulando Esta, conforme Jesus repreendeu os fariseus em Mt 15.

Por isso os chamados cultos de doutrina estão ficando vazios.
O crente pode ser ignorante em algumas coisas (que não tem conhecimento) mas não se consegue entretelo muito tempo sem circo e pão, por isso usa-se muito circo (pouco pão, pois gasta-se, a não ser que seja doado).

Sem a Palavra da verdade o crente continua errando e errante.
Errais por não conhecer as escrituras nem o poder de Deus.

Creio que a liderança pensa que se derem um carimbo disso ou daquilo, Deus assinara em baixo. A coisa esta feia, misericórdia. Quando Jesus voltar, e estiver do jeito que esta indo, haverá fé na terra?

sábado, 21 de março de 2009

Lideres Modernos ou Antigos Falsos Profetas

Mt 7:15– Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens.

16Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos.
17Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins.
18A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas.
19Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo.

20 Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.

21– Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu.

22Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!”

23Então eu direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!”


Caio Fabio desabafa e traz mensagem interessante.
http://www.youtube.com/watch?v=znxVBV0cH58
http://www.youtube.com/watch?v=hu4eBQVh5gE

sexta-feira, 20 de março de 2009

Textos que incentivam a Hermeneutica

Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Atos 17:11


Eis o que achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo. Eclesiastes 7:27

Apliquei-me a conhecer, e a investigar, e a buscar a sabedoria e meu juízo de tudo, e a conhecer que a perversidade é insensatez e a insensatez, loucura. Eclesiastes 7:25

quarta-feira, 11 de março de 2009

A hermenêutica de Westminster

O que a Confissão de Fé de Westminster diz sobre a interpretação das Escrituras.

O neoliberalismo
Não poucos estudiosos e teólogos modernos concordam que o antigo liberalismo, como movimento histórico do século passado, está agonizando. Entretanto, muitos dos seus pressupostos quanto à interpretação das Escrituras têm sobrevivido e encontrado expressão em várias correntes teológicas e hermenêuticas que, historicamente, pertencem ao período pós-moderno.
O rótulo “neoliberalismo” tem sido aplicado ao movimento teológico-hermenêutico que preserva alguns pressupostos racionalistas do antigo liberalismo e se utiliza de conceitos da filosofia, da hermenêutica, da lingüística e da teologia pós-modernas.
Particularmente, é o sistema de interpretação das Escrituras do neoliberalismo que se constitui um desafio urgente à doutrina reformada.

A hermenêutica neoliberal
De acordo com a hermenêutica neoliberal, é impossível alcançar o sentido original do texto bíblico. Por outro lado, é possível explorar uma pretensa “reserva de sentidos” que há no texto da Bíblia, extraindo “sentidos” que dependerão das circunstâncias em que estivermos.
Conseqüentemente, a hermenêutica neoliberal coloca a verdade apenas como um ideal a ser perseguido, mas um ideal que jamais será alcançado com segurança nesta vida, o que significa, também, que jamais poderemos ter certeza absoluta de que conhecemos a verdade.
O máximo que poderemos fazer é afirmar, com convicção, um dos muitos sentidos que poderíamos encontrar no texto.
Partindo de algumas teorias modernas de lingüística, essa hermenêutica sugere que os autores bíblicos poderiam ter escrito algo que não correspondesse à sua intenção original. Com isso, exagera a distância entre o autor e o texto, a ponto de não podermos encontrar a intenção do autor nos textos. Ainda postulam que a Bíblia nada mais é que uma interpretação da vida e do mundo feita por seus autores, ou seja, basearam-se em sua maneira de interpretar a realidade.
O texto bíblico é reduzido ao resultado da busca de sentido na realidade e na história dos seus próprios autores.
Esse ensino fere frontalmente o conceito reformado de que a Bíblia, mesmo tendo sido escrita por homens situados no tempo e no espaço, é a revelação autoritária de Deus, por isso o homem faz de tudo para tentar compreender a realidade.
Tais teorias afirmam, ainda, que não se pode ter conhecimento do sentido pleno e verdadeiro das Escrituras, já que o texto não tem um único sentido (pleno e verdadeiro), mas, sim, sentidos múltiplos.
O pluralismo religioso do pós-modernismo, em verdade, rejeita o conceito de verdade proposicional (ou seja, de que uma idéia possa ser verdadeira), por isso prega a impossibilidade de se alcançar a interpretação correta de uma passagem bíblica.

Desafios à teologia reformada
Essa abordagem interpretativa tem servido de ferramenta para o surgimento das teologias ideológicas, teologias feministas, teologias de libertação, entre outras, já que transfere o sentido do autor e do texto para o leitor.
Tradicionalmente, a hermenêutica reformada reconhece a necessidade de aplicarmos o texto bíblico às diversas situações em que nos encontramos, mas vê essas aplicações não como “sentidos” novos e múltiplos de um mesmo texto, mas como a significação do sentido único de um texto para as diversas situações da vida.

As implicações da hermenêutica neoliberal acabam transformando a mensagem das Escrituras inacessível à Igreja. De acordo com essa abordagem, acabamos sem Escritura, sem revelação, sem verdade e sem pregação, podendo, no máximo, pregarmos apenas uma interpretação nossa do texto, mas nunca a verdade divina.

Se não podemos alcançar o sentido das Escrituras, não nos resta qualquer base para a doutrina e a prática da igreja, para decisões teológicas, para o ensino doutrinário, para a ordem eclesiástica.
Assim, instala-se o caos, por meio do qual cada um pode interpretar, como quiser, as Escrituras, as decisões da Igreja e seus símbolos de fé.

Os princípios de interpretação de Westminster
Devemos ter em mente as coisas que os puritanos escreveram sobre esse assunto na Confissão de Fé de Westminster. Os tópicos da capítulo I da Confissão tratam das Escrituras, por meio dos quais os puritanos expressaram suas convicções quanto à correta interpretação das Escrituras. Vejamos, ainda que em resumo, esses pontos: 1. Para evitar que sua vontade e a verdade se perdessem pela corrupção dos homens e a malícia de Satanás, Deus fê-la escrever nas Escrituras Sagradas. A inspiração das Escrituras resulta no fato de que elas expressam fielmente a vontade de Deus, a verdade divina.

Confissão de Westminster:
“Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo” (CFW, I.1).

Referências bíblicas: Sl 19.1-4; Rm 1.32; 2.1; 1.19,20; 2.14,15; 1Co 1.21, 2.13,14; Hb 1.1,2; Lc 1.3,4; Rm 15.4; Mt 4.4,7, 10; Is 8.20; 1Tm 3.15; 2Pe 1.19. 2.

Temos a possibilidade de conhecer o sentido das Escrituras, conforme pretendido por Deus, mediante o autor humano.

Confissão de Westminster: “Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias para a sua própria glória e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (CFW, I.6)

Referências bíblicas: 2Tm 3.15-17; Gl 1.8; 2Ts 2.2; Jo 6.45; 1Co 2.9, 10, l2; 1Co 11.13,14.3.

O Espírito Santo garante a compreensão salvadora das coisas reveladas na Palavra de Deus, as Escrituras.
Confissão de Westminster: “À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens. Reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na Palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da Palavra, que sempre devem ser observadas” (CFW, I.6. Cf. Catecismo maior, pergunta 4).

Referências bíblicas: 2Tm 3.15-17; Gl 1.8; 2Ts 2.2; Jo 6.45; 1Co 2.9,10,l2; 1Co 11.13,14. 4.

O sentido das Escrituras é tão claramente exposto e explicado que a suficiente compreensão das mesmas pode ser alcançada pelos meios ordinários (pregação, leitura e oração).

Confissão de Westminster: “Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura, são tão claramente expostas e explicadas que não só os doutos, mas também os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas” (CFW, I.7).
Referências bíblicas: 2Pe 3.16; Sl 119.105, 130; At 17.11. 5.

Há somente um sentido verdadeiro e pleno em cada texto da Escritura e não múltiplos sentidos, e esse sentido pode ser alcançado e compreendido pela Igreja.
Confissão de Westminster: “A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente” (CFW, I.9).
Referências bíblicas: At 15.15; Jo 5.46; 2Pe 1.20,21. 6.

É exatamente porque as Escrituras não têm sentidos múltiplos que são o supremo tribunal em controvérsias religiosas, às quais a Igreja sempre deve apelar.
Confissão de Westminster: “O Antigo Testamento em hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência, conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e, assim, em todas as controvérsias religiosas, a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal” (CFW, I.8. Cf., como exemplo, XXIX.6).
Referências bíblicas: Mt 5.18; Is 8.20; 2Tm 3.14,15; 1Co 14.6,9,11,12,24, 27,28; Cl 3.16; Rm 15.4. 7.

A vontade de Deus está claramente expressa nas Escrituras e ao alcance da Igreja, de forma que a mesma pode distinguir entre o culto aceitável a Deus e aquele que não é.
Confissão de Westminster: “A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, e muito menos sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras” (CFW, XXI,1).
Referências bíblicas: Rm 1.20; Sl 119.68; 31.33; At 14.17; Dt 12.32; Mt 15.9; 4.9,10; Jo 4.3, 24; Êx 20.4-6.8.

Apesar de os salvos serem humanos e pecadores, recebem de Deus o que é necessário para que possam compreender as coisas de Deus para a salvação.
Confissão de Westminster: “Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é servido, no tempo por Ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua Palavra e pelo seu Espírito, tirando-os, por meio de Jesus Cristo, daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isso Ele o faz, iluminando o seu entendimento espiritualmente, a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, arrancando deles seus corações de pedra e dando-lhes corações de carne, renovando as suas vontades e as determinando pela sua onipotência para aquilo que é bom, além de atraí-los eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça” (CFW X,1. V. tb. o Catecismo maior, pergunta 157).
Referências bíblicas: Jo 15.16; At 13.48; Rm 8.28-30; 11.7; Ef 1.5,10; 1Tes 5.9; 2Ts 2.13,14; 2Co 3.3,6; Tg 1.18; 1Co 2.12; Rm 5.2; 2Tm 1.9,10; At 26.18; 1Co 2.10,12; Ef 1.17,18; 2Co 4.6; Ez 36.26; 11.19; Dt 30.6; Jo 3.5; Gl 6.15; Tt 3.5; 1Pe 1.23; Jo 6.44,45; Sl 90.3; Jo 9.3; Jo 6.37; Mt 11.28; Ap 22.17.


Considerações finais

Esse pequeno resumo dos princípios de interpretação bíblica, que se encontram na Confissão de Fé de Westminster, serve para mostrar que os puritanos, seguindo a linha de interpretação dos reformadores, entenderam que a única maneira de interpretar as Escrituras, sem violar sua integridade, propósito e escopo, era procurar compreender o sentido que os autores humanos pretenderam transmitir. Os autores reconheciam que essa nem sempre era uma tarefa fácil, mas confiavam que, com a ajuda da ação iluminadora do Espírito, do conhecimento das línguas originais e do contexto histórico, poderiam alcançar esse sentido. A teologia que temos na Confissão de Fé de Westminster é o resultado do emprego sistemático dessa hermenêutica.

Por Augustus Nicodemus Lopes

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